domingo, 13 de junho de 2010

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Tecnologia nas aulas de LIBRAS

Alunos pesquisam na Internet e interpretam textos jornalísticos.

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segunda-feira, 7 de junho de 2010

O milagre de Anne Sullivan



O Milagre de Anne Sullivan (The Miracle Worker), filme de 1962, dirigido por Arthur Penn, conta a história real da menina Helen Keller, que ficou cega e surda depois de uma doença quando tinha pmenos de um ano de idade. O filme focaliza o início do relacionamento entre Helen e Annie Sullivan, sua tutora, dando ênfase ao caminho que Annie tomou para conseguir fazer a menina relacionar uma palavra soletrada em sua mão, através do tato, com o objeto em si.


Trata-se de um processo de adaptação complexo. A vida de Helen foi “adaptada” por ela mesma em uma biografia chamada The Story of My Life. Desse livro, surgiu a peça de William Gibson, que foi encenada para a televisão num programa chamado Playhouse 90. Essa “telepeça” foi adaptada pelo próprio Gibson para a Broadway, em que Anne Bancroft fazia o papel de Annie Sullivan e Patty Duke interpretava Helen Keller. As mesmas atrizes foram utilizadas no filme de 1962, também escrito por William Gibson, baseado na peça dele para a Broadway. Pode-se considerar, então, que o filme é uma adaptação de 4ª ordem. Isso não faz mal a nenhuma história, desde que a narrativa esteja nas mãos de alguém competente (como William Gibson e Arthur Penn); na verdade, um processo desses pode resultar em uma melhora da obra, de forma que um produto final termina se tornando mais valioso artisticamente, como um licor que sofre destilação várias vezes para poder se tornar perfeito.


O filme pode não ser perfeito, mas chega perto disso. As atuações são excelentes, desde que se desconsidere a teatralidade do tipo de atuação da época (talvez, aqui, resultado mais do fato de ser uma adaptação de uma peça teatral do que da incapacidade dos atores de atuar de outra forma). A direção é simples, plana, sem malabarismos, bastante consciente do tipo de história que está contando. O roteiro é enxuto, com belas falas, típicas do teatro, mas que funcionam muito bem para o teor do filme. Algumas metáforas ensaiadas pelas personagens merecem ser lembradas, como a comparação entre a alma de Helen presa em seu corpo e a água embaixo da terra, esperando ser tirada de lá para revelar vida.

Outra ótima comparação acontece na cena do nascimento do pinto, saindo do ovo, em que a professora de Helen (enquanto ela segura o pinto para que ele não saia do ovo) diz que a galinha tem que sair da casca um dia, e pede para que Helen também saia da sua casca. Uma metáfora bastante simples, mas eficaz no contexto da obra.

Outro bom momento diz respeito à cena em que Helen, acostumada a “brincar de mexer os dedos”, soletra palavras (cujo significado ela não compreende) para um cachorro, fazendo os movimentos na pata dele. O cachorro não entende Helen, assim como Helen não entende a professora. Os pais da menina estão satisfeitos com a “domesticação” de Helen, enquanto Annie Sullivan continua tentando fazê-la entender que aquilo é uma linguagem.


A luta de Anne por fazer Helen compreender continua por todo o filme.

No final, a chave que havia sido escondida por Helen no poço aparece como metáfora da “chave” para fazer Helen entender.

Numa cena emocionante, Helen consegue finalmente compreender que aqueles movimentos em sua mão, que soletram W-A-T-E-R (água) significam aquela coisa, aquele líquido que ela tão bem conhece, e que aquilo é uma linguagem. Um prévio entendido de linguagem, no entanto, era necessário. É por isso que, em cena do início do filme, a mãe esclarece que Helen já sabia dizer “água” (pronunciava algo como “á-a” – “wah-wah”, em inglês, water), antes da doença. A chave para solucionar o problema estava ali, na água, escondida em um poço, no escuro, longe da luz e do som, posta lá pela própria Helen.





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